Não tenho procuração para
defender ou atacar qualquer uma das partes envolvidas na celeuma originada com
a escolha do deputado federal Marco Feliciano para a presidência da Comissão de
Direitos Humanos da Câmara Federal.
E mesmo que, numa improvável,
remota e inacreditável circunstância, alguma das partes me oferecesse tal
prerrogativa, minha resposta a tal oferta seria um simples e sonoro:
- NÃÃÃO.
Só que para as pessoas de bem,
bombardeados diariamente pela mídia profissional “interneteira”, acaba se
tornando cada vez mais difícil interpretar e, principalmente, compreender o que
ocorre.
Pessoas contrárias à nomeação
de Feliciano estão reclamando que a manutenção do citado deputado na
presidência da Comissão “expõe o poder político das religiões no Brasil”.
ÔPA!
PERALÁ!
Tentemos refletir friamente sobre a questão, despojando-nos de quaisquer paixões "clubísticas" (sim, "clubísticas", porque no Brasil de hoje, cada vez mais, tudo acaba virando, numa metáfora simplória, um "Parmeira e Curíntia"...):
Porque os princípios da “religião” do citado deputado não estariam de acordo com quem defende o aborto, consumo de drogas e homossexualismo, isso significaria que ele não estaria apto a ocupar o cargo?
E se por hipótese, e como proposta para um exercício de reflexão, quem é contra a prática do
aborto, do consumo de drogas e da exposição panfletária do homossexualismo
também resolvesse agir da mesma maneira, caso o indicado para o cargo fosse,
por exemplo, uma bissexual viciada em heroína recém refeita de um aborto?
Aí então valeria a
indicação?
E a parte contrária seria o quê?
Reacionária...?
Ué... cadê a democracia?
Cadê a convivência entre os
opostos?
GENTE, O QUE É QUE É ISSO...?!?
Política, no sentido pleno da
palavra, significa a arte de conviver com quem não compartilha da mesma
opinião, mas ambos procurando chegar a um termo que concilie suas diferenças,
através da exposição de idéias, conceitos, princípios...
Num ambiente político de plena democracia tudo pode (e deveria) ser
discutido, argumentado, exaurido em termos teóricos e práticos.
E, principalmente, filosóficos.
Em que os protestos contribuem
para o enriquecimento intelectual do cidadão?
E o que significam do ponto de
vista político?
Que certas pessoas só
querem entrar no jogo, se o árbitro for torcedor de seu time...
E a imprensa, de maneira geral,
como se comporta?
Ohhh...
E ainda por cima, vive "apregoando" que o brasileiro
é mal (in)formado...
Fonte:
http://www.dw.de/caso-feliciano-exp%C3%B5e-poder-da-religi%C3%A3o-na-pol%C3%ADtica-nacional/a-16700932
Acesso em 27/03/2013, às 01h21.