“Amigos são como táxis: quando faz mau tempo, escasseiam...”
Toca o celular, e ele atende...
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Alô...
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E aí,
cara, tudo bem...?
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Ahnnn... Quem é que está falando?
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Pô... Não
tá reconhecendo minha voz?
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Não... É que...
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É o Borrasca
– Tonhão Borrasca!
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Ah... Oi... Tonhão... É que...
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Pô cara,
quanto tempo... Tava com muita saudade...
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...
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Quanto
tempo a gente não se fala?
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É... Só que...
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Pô...
Tenho muitas saudades daqueles tempos em que curtíamos aquele happy-hour...
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Ei...
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E não só
na sexta-feira...
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Ôôôhhh... Mas... Tô no hospital...
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Eu, você,
e o Pedrão, o Pedrão, lembra-se?
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Ahn... Sim... Mas...
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Cara, que
doideira... Lembra-se dos papos?
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Ahn... Claro.... Mas...
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Muito
doidos... O Pedrão, intelectual que ele só; falava coisas que só ele entendia –
ou, pelo menos, só ele sabia do que estava falando... AH! AH! AH!
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É... Só que... Meu pai acabou de
dar entrada na UTI...
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E você;
VOCÊ!!! O maestro maior em todo esquema; articulado, preciso, inteligente...
Sempre com tiradas bem humoradas, certeiras em qualquer assunto.
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Ahn... Você está me ouvindo...?
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Sei que o Pedrão
sempre teve muita diferença com você; eu até acho que ele gosta de você, mas as
tiradas que você dava sempre foram uma pedra na auto-estima intelectual dele.
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Mas...
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Vem cá, me
escuta um pouco – faz tempo que não rememoramos aqueles tempos; que tal uma
cervejinha hoje? Já combinei com o Pedrão e com o Betão, e eles confirmaram.
Tudo bem?
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Ahnn...
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Sensacional!
Vamos reviver aqueles bons tempos – que saudade! Um forte abraço! Ah, no mesmo
barzinho, o de sempre. Tchau!!!
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Ahnnn...
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Tum...
Tum... Tum...
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Ahnnn...
“Deus me defenda dos amigos, que dos inimigos me defendo
eu.” (Voltaire).