Em extenso artigo publicado na edição deste último
domingo do Estadão, o jornal discorre sobre o atual cenário que envolve o
sistema energético brasileiro.
Segundo avaliação implícita no contexto da matéria, o
sistema elétrico brasileiro é frágil – e essa fragilidade decorre, basicamente,
das restrições impostas pelos responsáveis pela observância de questões
ambientais no País à construção de hidrelétricas com reservatórios.
Desde 2001, ano em que deu a última grande crise de perspectiva
quanto à efetiva capacidade do sistema energético de suprir as necessidades do
País, diversas usinas e linhas de transmissão teriam sido construídas, mas sem
que, como parte do sistema, reservatórios tivessem também sido construídos.
Em última análise, o responsável pela geração de energia
numa usina são suas turbinas. Ou seja, grosso modo (em tese) bastaria construir
uma usina num rio de grande vazão de água para que seu próprio fluxo garantisse
essa geração.
Ocorre que, ao longo do ano, temos variações climáticas
que influenciam esse fluxo, como decorrência das estações do ano (não só nós
brasileiros, mas também os americanos, os europeus, os chineses, enfim... Todos
os que habitam um certo planeta chamado “Terra”...).
No verão chove muito; no outono chove pouco; no inverno
quase não chove; na primavera chove pouco.
Até onde se tem notícia, tem sido assim ao longo da
história da humanidade.
Sem chuva, e outros fatores climáticos que influenciam no
fluxo dos rios (os quais não possuem a mesma relevância) torna-se praticamente
impossível assegurar que esse fluxo seja capaz de prover as turbinas da água
necessária para geração de energia.
Essa questão não representa uma constatação da tecnologia
moderna; já nos relatos bíblicos se preconizava a necessidade de não se iludir
com a bonança das épocas de fartura, e de se preparar para as épocas de
escassez (“sete anos de vacas gordas... sete anos de vacas magras...” E o Rio
Nilo já tinha lá suas “crises” de... abstinência!).
Foi por isso que alguém (santa sabedoria!), já em priscas
eras, imaginou, e projetou, uma alternativa que fosse capaz de viabilizar uma
solução para o problema:
-
Eureca!
Por que não armazenar a água durante o período em que ela é farta, para
podermos utilizá-la quando ela for escassa?
-
Muito
boa idéia! E como vamos chamar esses locais para armazenar essa reserva de
água?
-
Ora...
Que tal... Reservatórios?
-
Hummm...
Interessante... Gostei!
...
São os reservatórios que armazenam a água necessária para
assegurar o funcionamento das usinas.
Não adianta ter turbinas, se não há água para girá-las –
muito menos linhas de transmissão (transmitir o quê? Telepatia...?)...
Construir uma usina hidrelétrica e não provê-la de um
reservatório, para garantir seu funcionamento independentemente do clima, faz
sentido?
Para mim não só não faz sentido como também revela a que
ponto pode chegar a inusitada capacidade da natureza humana em produzir piadas:
-
Comprei
um carro com o motor mais potente do mundo – só que ele não funciona.
-
Como
assim, não funciona?
-
ELE
NÃO TEM TANQUE DE COMBUSTÍVEL...
-
...?!?!?
Seria CÔMICO, se não fosse
TRÁGICO...