quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

POSSÍVEL OU PROVÁVEL?


Uma das questões mais sensíveis na comunicação (quer seja escrita ou falada) é a exata aplicação dos termos “possível” e “provável” no contexto em que eventualmente são empregadas.

Se em meio a uma conversa informal sem qualquer pretensão maior a utilização indiscriminada desses termos pode até não ser de grande importância, numa circunstância em que a necessidade de esclarecimento esteja implícita, o entendimento pode vir a ser prejudicado. E em situações em que o rigor técnico seja premissa, tanto maiores podem ser os prejuízos.

Que o digam os auditores, contadores, administradores, advogados, médicos...

Definir um determinado evento como “possível” implica em assumir que de alguma maneira ele “pode” ocorrer, pois os recursos básicos e inerentes à sua ocorrência existem.

Definir um determinado evento como “provável” implica em assumir que, dadas as condições de acessibilidade aos recursos básicos e inerentes à sua ocorrência, ele tem “probabilidade” de efetivamente ocorrer.

Numa contraposição didática mais simples quanto à significância desses dois termos, poderíamos assumir então que:

- Tudo o que é provável, é possível; mas,

- Nem tudo o que é possível, é provável.

É possível que eu ganhe no próximo sorteio da loteria?

Sim! Para viabilizar essa possibilidade, tudo o que eu tenho de fazer é... Jogar na loteria!

É provável que eu ganhe no próximo sorteio da loteria?

Não! Não há recurso disponível que, objetivamente, possa garantir um mínimo de expectativa relevante quanto à ocorrência dessa probabilidade.

Assim, tenha sempre em mente:

- É “possível” a uma pessoa participar física e pessoalmente de dois eventos que ocorram ao mesmo tempo e a 10.000 km de distância entre si?

Claro que não! Ainda não existe tecnologia disponível que possibilite esse deslocamento físico de um ser humano (atenção: a tecnologia do teletransporte continua restrita ao comando da Enterprise...); ou seja, não há a menor possibilidade, nem remota, de isso acontecer.

- É “possível” a qualquer pessoa entrar em órbita?

Claro que sim! Para isso, basta apenas que essa pessoa recorra ao meio de transporte já disponível exatamente para esse fim - um foguete...; ou seja, essa possibilidade existe, mas é remota.

- É “provável” a um astronauta entrar em órbita?

Claro que sim! Pois um astronauta é justamente preparado para essa atividade, e possui acessíveis os recursos necessários para esse evento, o que o define como não só como possívelcomo provável.

- É “provável” que qualquer pessoa entre em órbita?

Claro... Que não! Pois a probabilidade de uma pessoa que não seja astronauta ter acesso a um foguete é praticamente zero – pelo menos por enquanto...

O que não significa que, para compensar todas as eventuais frustrações decorrentes das diversas impossibilidades e improbabilidades que a vida nos impõe a todos, muitas pessoas não optem por viver no mundo da Lua”...

 


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