sábado, 20 de outubro de 2012

AVENIDA BRASIL


 

“O que é uma telenovela? Um mapa que mostra vários caminhos, que levam do nada a lugar nenhum...”

 

Antes de tudo, elogios:

- Adriana Esteves: simplesmente magnífica no papel de Carminha.

- Marcelo Novaes: o eixo do enredo – sem o Max, não haveria como se estabelecer um plano dramático suficientemente factível para o público, pois ele representou o ente terminal de uma história “espúria”: o prazer, a qualquer preço...

Quanto ao último capítulo, sinceramente...

Que pena...

“Avenida Brasil” representava a esperança de uma revolução na linguagem das telenovelas no Brasil, fundamentalmente por ousar na exposição de idéias e conceitos televisivos, apostando num ritmo intenso de atividades de seus personagens, muito parecido com o que ocorre no cinema.

Mas...

(Infelizmente, nesta vida, sempre tem um “mas”...)

O último capítulo da telenovela apresentou, para aqueles que a acompanharam com olho crítico o desenrolar de sua trama, um desfecho patético, sem substância...

A Carminha salvou a vida da Nina, duas vezes...

Por conta de quê?

De arrependimento pessoal?

Justo ela que, ao longo de toda a novela, tentou “trucidar” a Nina?

Mas se ela tentou matar o Max, afundando o barco dele?

Ele que era o grande “amor da vida” dela?

Pois até ao túmulo dele ela foi, para render-lhe apreço...

Qual foi o “selftalk” que ela teve para impedir que seu pai, o Santiago, não atirasse tanto na Nina quanto no Tufão?

Qual foi o lampejo de reflexão que a fez abandonar todos os seus “princípios”...?!?

Que, resumidamente, eram: “EU! EU!! EU!!!”

Eu fiz isso, fiz aquilo, fiz aquilo outro...

Isso, definitivamente, não foi refletido na novela – e, portanto, todo o desfecho em que ela evita que seu pai atire tanto no Tufão quanto na Nina, apresentaram-se de forma totalmente artificial.

Sem falar que, ao longo da novela, a postura da Carminha sempre foi independente – aliás, não foi esse um dos motivos do Max ter surtado?!?

Em resumo, João Emanuel Carneiro representa um marco na teledramaturgia televisa no Brasil, por conta dos cento e setenta capítulos iniciais de “Avenida Brasil”.

E é pelo que ele fez nos “cento e setenta capítulos iniciais” que ele deve ser cobrado.

Mas os últimos capítulos...

Capacidade ele tem!

Então...

Por quê um desfecho tão...

Tão...

Tão...

...

Piegas?!?

...

 

“Quando uma telenovela chega ao último capítulo, ninguém mais se lembra do que aconteceu no primeiro...”

 

 

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